sexta-feira, 25 de março de 2011

O Advogado para o novo milênio

O presente texto foi extraído da OAB de Camburiú, e mostra a sincera opinião da Presidente Reti Jane Popelier acerca da Advocacia atual. A Presidente Dra. Reti Jane já foi re-eleita duas vezes naquela Subseção em razão do bom trabalho que exerceu na direção da OAB. O texto vale a pena.

"O ADVOGADO PARA O NOVO MILÊNIO
Reti Jane Popelier
Advogada

A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL vem realizando o melhor trabalho possível em favor da classe dos Advogados e, por conseguinte, da comunidade em que está inserida, e neste contexto, notadamente em favor de um Poder Judiciário edificante, respeitado e respeitador.
Nossa população merece, a melhor prestação de serviços e, nesse item, a melhor prestação de serviços públicos, dentre os quais, o do Poder Judiciário até porque, é ele, em última análise, que deve promover a paz social, elemento indispensável para o progresso das civilizações. Nesse contesto está inserida a prestação de serviços do Advogado.
Com esse pensamento as últimas Diretorias da OAB/SC desenvolveram vários cursos, seminários e palestras – estas inclusive acessíveis à população - com o objetivo de contribuir com a distribuição de informações, além de uma gama de serviços postos à disposição da Classe que representa objetivando melhores condições profissionais e, por conseqüência, melhor prestação de serviços à população.
Não obstante tal esforço tem se apresentado como indispensável uma revolução na Advocacia e no próprio Poder Judiciário, por que não. Uma revolução de idéias e de posturas.
Os cursos jurídicos atualmente disponíveis – sem demérito à qualidade da grande maioria de seus professores – continuam preparando o futuro bacharel em Direito nos moldes como vinha sendo preparado no século passado, agora ainda agravado pela constatação do baixo nível de qualidade. Assim também o ensino fundamental, ou seja, continuamos sendo preparados de forma débil. Veja-se a respeito os últimos indicadores dando conta da redução da qualidade de ensino no período 1995-2005.
Ainda hoje é comum ouvir de alguns dos nossos respeitáveis e respeitados professores, tanto no ensino fundamental como no ensino superior, que devemos “lutar” para conseguir “um lugar ao sol”. Ou seja, além de fraca formação intelectual, o mote é beligerante o que permite ao intérprete, inclusive, concluir que, se o objetivo é “um lugar ao sol”, pouco importam os meios, já que a qualidade do ensino não permite disputar esse lugar de outro modo.
A limitação ao direito de pensar é notória e qualquer forma de pensamento novo corre o risco de ser resistido ou ridicularizado.
A partir dessa adjetivação, fomos e continuamos sendo preparados para “essa guerra diária”. Some-se a isso o propósito sutil e voraz – alimentado por nós mesmos, diga-se de passagem, de forma quase “automática” – desse sistema capitalista em que vivemos, onde o “sistema financeiro” precisa ser mantido a todo custo, mesmo que ao custo de nossa própria felicidade, para então compreendermos porque, mesmo após 14, 19 ou 25 anos de formação escolar a grande maioria dos profissionais se depara com uma profunda depressão, sem compreender muito bem o que está acontecendo, afinal, cumpriram-se todas as etapas escolares e ainda acrescentou-se, além da formação em nível superior, outros cursos como especializações, mestrados, doutorados, etc. para em determinado momento de sua vida profissional estar sendo esmagado pelo “insucesso”, que nada mais produz do que endividamento e depressão. Qual o futuro desse profissional? Qual o futuro dessa classe?
Dessa realidade, mesmo que não se queira admitir, fazem parte a grande maioria dos profissionais e esse quadro, mesmo que forma singela, resume essa “grande crise” que vivemos e, o que é pior, essa realidade ainda é usada para “justificar” nossa realidade, como se não houvesse outra alternativa.
Há alternativas. Porém, necessariamente dependem da constatação da própria realidade, que, uma vez admitida, leve ao necessário desejo de mudança.
Observados esses dados a OAB/SC está propondo um projeto com uma nova visão administrativa para o funcionamento da atividade profissional, trazendo elementos e informações que vão re-educar o advogado e toda sua equipe, propondo mudanças de paradigmas que resulte em maior organização e melhor remuneração, sem ultrapassar a fronteira da ética. A idéia é a construção de profissionais bem organizados e financeiramente saudáveis.
Essa é uma mudança necessária que a OAB/SC está propondo aos Advogados e que o próprio Poder Judiciário também está desenvolvendo (veja o Projeto de racionalização do P.J.).
Ou seja: racionalização da atividade profissional; objetivos e metas; controle processual; controle financeiro; organização; agilidade; custo-benefício; etc, pois, no mundo globalizado, onde a informação é instantânea, a concorrência é ilimitada; o serviço de advogado tem se tornado dispensável, etc, o custo operacional da atividade profissional e/ou do escritório de advocacia não pode ficar sem uma prévia avaliação que permita ao advogado fazer opções."
*O vôo da borboleta, de Vanessa Lima.

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